"...um livro, uma página de livro apenas, por menos ainda, uma simples gravura em um exemplar antigo, herdado talvez da mãe ou da avó, poderá fertilizar o terreno no qual a primeira e delicada raiz desse impulso começa a se desenvolver."
-Walter Benjamin

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Menina que brincava com fogo - Stieg Larsson

A continuação do livro Os homens que não amavam as mulheres não é uma continuação qualquer. Encorpado e mais grosso e denso que o primeiro livro da trilogia Millennium, o livro traz um Mikael mais maduro e centrado, uma Lisbeth diferente, mais solitária (se possível), mais misteriosa e contraditoriamente: com mais amigos.

Nesse livro nós sentimos na pele o que acontece com Lisbeth, Mimmi reaparece, assim como voltamos a nos encontrar com alguém da família Vanger que não vou dizer quem é pra não gerar spoiler da trilogia.
Se no primeiro livro tivemos um desaparecimento misterioso, nesse temos alguns assassinatos, os principais suspeitos são tão óbvios que você se convence. Aí acontece outro assassinato e a coisa muda de figura. Teorias e mais teorias surgem tanto na mente de quem lê quanto na mente dos personagens, isso sem desconfigurar a capacidade de Larsson de apontar falhas imensas nas políticas públicas da Suécia. A prostituição, ligada a corrupção e a uma malha imensa de trâmites políticos e policiais são denunciadas de forma descarada na trama desse livro.

Um laudo nunca diz tudo, não passa de um pedaço de papel sobre as impressões de alguém sobre outro alguém.

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